domingo, 26 de outubro de 2008

Savana

Percorro tantos kilometros nesta savana, que já deixei de ter a noção das distancias do país onde vou vivendo.
Lá, onde tem multibanco em cada esquina,cafés e pastelarias proibidas de aceitar fumo de cigarro,mas tendo máquinas de venda automática de tabaco.
Lá,onde a miséria chega através de email ao Banco Alimentar,pedindo para saciar
mais uma barriga ou barrigas que inesperadamente ficaram com fome...
Aqui, vou continuando a percorrer mais kilometros nesta savana.São kilometros que separam a dureza da cidade capital,onde pessoas vendem tudo na rua.
Em que os carros são "Chapas" para transportar gente que procura não sei o quê,mas com um sorriso e um olhar de esperança,não de derrota.
Tudo combina bem nesta savana;
O capim que me acompanha nesta picada,onde o Sol gigante, do tamanho deste planalto, se vai pondo lentamente atrás de mim.
Agora, começa o caçimbo a evaporar desta terra cor de sangue,onde animais
que governam a terra vão continuando a observar-me nesta minha caminhada
em direcção ao infinito prometido deste céu já em chuva de estrelas,que ilumina o meu destino incerto nesta terra onde tudo começou.
O que procuro?
Talvez tentar ainda, encontrar a simplicidade da natureza que desapareçe lentamente no país onde vivi....
Esta será a terra onde sempre afinal nasci verdadeiramente,pois desejo abraça-la
até os meus olhos fecharem de cansaço.
Relato de uma viagem?não,relato de um desejo forte de um dia,encontrar a natureza-mãe no seu berço...

Amitab(Mito)2008

"É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve"

Victor Hugo

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