Viagens

Vila Nova de Gaia, 28 de julho de 2009

Olá,

Tal como se fosse uma carta sem destino, escrevo para alguém que me conhece bem, mas que eu não conheço.

Insanidade?talvez,mas... politicamente permitida.
Para ti, que não te conheço, partilho os momentos de felicidade e as amarguras em forma de café,
deliciosamente saboreados sem açúcar;sem adoçantes ou qualquer tipo de aditivos para transformar a pior amargura num fantástico e surpreendente prazer !

procurei-te anos e anos a fio, mas ainda não te encontrei.
Não sei se serás um poeta esquecido na minha errática epopeia pelas palavras, ou um simples anónimo que me anima o fulgor dos sentidos mesmo em momentos cinzentos e chuvosos.
Sem dúvida que te procuro; procuro-te para te poder agradecer a loucura do medo transformado em coragem e da Vida em gomos de tangerina e quartos de maçã degustados numa praia abandonada e sem dono...

Hoje, digo-te e peço-te que continues a ser invisível e transcendental porque preciso da tua infinidade para eu ser infinito também.
preciso das tuas agulhas,para despertarem-me os sentidos e tornar-me um rebelde na anarquia.

Preciso de ti, como se fosses a voz que me acompanha, dizendo que o momento é inadiável e devo fechar os olhos intensamente.

Um dia, sei que te perdi algures num terminal de aeroporto, quando ambos partíamos para horizontes opostos.
segui para o meu avião, sempre olhando para trás, desejando que pudesse voltar a reencontrar-te, nem que fosse para saber se eras real.

E agora? Agora vou recomeçar tudo de novo; vou acreditar na alegoria de fénix e transpor-la para a minha alma, que tanto quer morrer como viver intensamente.

Tu és e serás um Diamante ou uma Safira: Uma flor de Lótus ou um Girassol; um café ou um chá de menta no deserto, és tudo aquilo que vivi e tudo aquilo que imagino...

A ti, amigo invisível, OBRIGADO.

P.S: estou prestes a recomeçar viagens por lugares passados; queres vir comigo ?