terça-feira, 12 de abril de 2011


De olhos para baixo, tento desviar o olhar o incêndio que domina a paisagem.

entre fumo e labaredas em forma de demónios, preconizo uma imagem que persiste

distante e a distanciar-se a cada momento que é destruído pelo fogo.

Continuo a resistir mas até quando? será que tenho energia inesgotável?

Não me parece, e sobretudo tenho uma leve percepção que o instinto está

a extinguir-se, tal como frasco de acetona sem tampa.

Não é uma declaração de derrota, mas antes um momento de desilusão e de muito

cansaço.

Sinto que a cabeça teima em não acalmar; parece o tal fogo que consome terra em

dias de Verão.

Verão; sempre é uma motivação acrescida, mas não deixa de ser penoso ver e sentir,

que não serão só as árvores e arbustos que irão arder.Eu talvez esteja nesse processo também.

Tenho medo, mas também não me falta a coragem inevitável a quem nada tem ou muito pouco a

perder.

Espero que seja a ultima vez, que esteja perante este Fogo, que persiste em consumir tudo e

todos que estão a minha volta, inclusive a mim próprio.


Mito 2011

1 comentário:

Prof. Marco Buzetto disse...

Belo blog...

Confira:

http://marcoaureliobuzetto.blogspot.com
http://sejaoleitor.blogspot.com
http://eusourebecavon.blogspot.com

Até lá.
Parabéns pelo blog.