De olhos para baixo, tento desviar o olhar o incêndio que domina a paisagem.
entre fumo e labaredas em forma de demónios, preconizo uma imagem que persiste
distante e a distanciar-se a cada momento que é destruído pelo fogo.
Continuo a resistir mas até quando? será que tenho energia inesgotável?
Não me parece, e sobretudo tenho uma leve percepção que o instinto está
a extinguir-se, tal como frasco de acetona sem tampa.
Não é uma declaração de derrota, mas antes um momento de desilusão e de muito
cansaço.
Sinto que a cabeça teima em não acalmar; parece o tal fogo que consome terra em
dias de Verão.
Verão; sempre é uma motivação acrescida, mas não deixa de ser penoso ver e sentir,
que não serão só as árvores e arbustos que irão arder.Eu talvez esteja nesse processo também.
Tenho medo, mas também não me falta a coragem inevitável a quem nada tem ou muito pouco a
perder.
Espero que seja a ultima vez, que esteja perante este Fogo, que persiste em consumir tudo e
todos que estão a minha volta, inclusive a mim próprio.
Mito 2011
1 comentário:
Belo blog...
Confira:
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Até lá.
Parabéns pelo blog.
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