quinta-feira, 12 de abril de 2012

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Cai lentamente a persiana deste quarto.
O sol ficou escondido, atrás daquela nuvem,
que ainda ontem foi balão de água
sobre a minha cabeça.
Mas que cabeça, que cabeça
urgente,solicita,esfomeada
de uma resposta ou de um sonho...
Tornei-me conflituoso na convivência
perene com a amargura do dia,
e com o deslumbre das estrelas.
Não sou o melhor homem
nem sou o melhor amante,
tentarei ser um apontador,
onde descrevo o que vejo,
o que sinto, o que me determina...
E como existe tanto que me determina,
esse meu caminho que ainda tento
escolher.
O silencio, torna-se uma possível
escolha, tendo em conta as palavras
que vão ecoando a minha volta.
São adjectivos,metáforas,contos
e narrativas, mas nunca a verdadeira
essência, que me leve a um destino.
Tenho medo; e preciso do medo.
estou ansioso por sentir algum receio,
nem que seja para acordar-me
desta insolência que me acompanha
anos,meses e dias, hora após hora,
minuto após minuto...
Todo este tempo, e eu sinto-me
uma apatia, que não descola
ou se revê num futuro próximo.
Não existe família, não existem pais,
os filhos são intermitentes, e sendo
assim, resumo-me a um café, como
um pequeno momento, que me dá
vida e alimenta-me o futuro,
seja ele qual for,onde for,ou
com que for...

Mito 2012

http://youtu.be/ja7v4JTsLVw

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