quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Todos ou alguns...



Por vezes reparo, que as pessoas andam a procura de meios para se sustentarem
emocionalmente.
Entendo e compreendo, pois eu também, faço-o na medida em que a solidão que 
habita a actual sociedade, faz-nos sentir acompanhados em todas as circunstancias.
Mas custa aceitar que na realidade, estamos falidos, quando não conseguimos aceitar
o amor e a preocupação pelo próximo, como um gesto com repercussões na estabilidade
emocional e na felicidade possível.

Talvez a mudança que vai alavancar os valores que estão submersos na áurea do 
consumismo, estão a revelar-se e despoletar como energia para alimentar a ausência
do objecto e do conforto que praticamente, passou a ser unicamente a esperança 
de conseguir mudar o rumo das coisas.

Confesso; não sou um amante excepcional nem um amigo brilhante, mas sinto-me por vezes
incompreendido, o que me torna um bichinho que procura a toca, e que prefere não ser reconhecido, pelo esquilo que saltita a procura da bolota...

Acho que já foi o tempo dessa maratona circense; prefiro a personagem do vilão;
esse, todos acreditam piamente nos seus actos.

A solidão, por vezes cruel, mas também necessariamente  silenciosa para encontrar o nosso
ponto de equilíbrio entre ser ou não ser, aquilo que desejamos um dia encarnar.

Todos nós, desejamos encarnar algo; é impossível a felicidade plena, sem desejo de ser diferente, porque vimos algo de bom no parceiro, amigo ou amante.

Bem, acho que estou mais calmo; o silencio da minha solidão, está a fazer-me bem.
Uma pessoa disse-me uma vez, que só gostava de mim próprio e que me defendia dessa 
acusação, tentando ser disponível, e não propriamente afável.
Ela disse-me que não chega, temos de nos abnegar e prover a solidariedade, com 
alguma vontade de ceder...

Acho que estou a ficar mais adulto, mas na realidade não me apetece mudar.

pelo menos, por agora.Amanhã tentarei de novo.


Mito 2013

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