sexta-feira, 11 de maio de 2012

O encontro







A porta que se fecha, não irá concerteza voltar a abrir pela tua mão.
Disseste com todas as palavras e e convicção, que não serias uma etapa
final na minha vida e por isso, preferiste sair antes que fosse eu a pedir
que fosses embora.
Provavelmente, seria assim que tu querias um começo e não uma despedida;
que tivesses sido tu a pedir-me uma oportunidade para conhecer o teu trabalho ,naquela galeria onde expunhas a tua ultima colecção.
Mas antecipei-me ao meu impulso, e fui até ao  ArtRepublic e como pretexto,
observei cada obra tua, cada escultura, cada pastel, que lá figuravam com todo o teu fogo e anseio...
O nosso primeiro encontro no Facebook, foi eloquente, mas duvidoso, ao ponto de eu resistir pois também estava Londres, a dois passo do Soho onde estavas a trabalhar nos últimos dois anos.
Preferi dizer-te que estava em Portugal, de forma a que distancia fosse u, travão necessário aos meus impulsos, que se anteciparam a minha razão.
Levaram-me rectamente a ti, sem apelo e nem agravo.
Voltei a Galeria mais duas vezes e aí, mostrei-me; disse que era o "blaze"
que tanto falava de cenouras como também da necessária mudança, que
precisava na minha intimidade.
Foi bonito; foi intenso observar os teus olhos que ao mesmo tempo julgavam-me por ter feito uma surpresa, pois não suportavas encontros imediatos...
Provoquei-te, invadi a tua intimidade e tomei conta da tua vergonha, simplesmente fi-lo, remediando o descaramento com um sincero convite para 
jantarmos naquele que se tornou o nosso restaurante turco preferido.
Os nossos olhares desafiavam um ao outro; quem seria o primeiro a ceder? quem seria o primeiro a dizer que o desejo era forte e que a necessidade de um novo encontro seria irremediavelmente obrigátorio?
Foram os 7 dias e 7 noites em que no tempo possível, trocamos promessas de percorrer o mundo, de assaltar um banco, de dançar um tango, de beber um vinho australiano a meio da tarde, e contar pelos dedos, quantas vezes tínhamos já tido um deja-vu.
aceitaste a minha ousadia, tal como se fosse uma possível fonte de inspiração e eu descobri que não queria voltar mais.Queria percorrer os teus cabelos negros,até ao fundo das tuas costas e perceber o quanto de desejava fechar os olhos e perder-me na imensidão deles...
Desejei-te e acabei por te amar.Mesmo que fosse um fim anunciado, pois eu 
vivia apavorado por insistir em ter-te sempre ao meu lado, não sei bem porquê.
Fui-me embora, e no avião prometi em não procurar-te mais; foi uma semana de aprendizagem intensa e de amor descontroladamente físico;foram risos,lágrimas, medo,devaneios,foi o céu e o inferno num só copo, num só segundo transformado em dias sem relógio.
Foste amor em tempo de reflexão e assim, ausentei-me da realidade.
A porta abriu-se, entraste e ficamos novamente sem a noção do tempo.
Perdemos-nos na nossa ambição de querer dar mais um ao outro e assim chegouo medo com a rotina anunciada.
Fechou-se a porta e assim, sinto-me melhor;apático mas conformado, pois a tua arte é superior a qualquer rotina que nos iria levar a ser felizes até um outro dia, não somente até hoje, quando fechaste a porta pela ultima vez.




Mito 2012

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