segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Por Vezes



Por vezes, o silencio torna-se um desejo incontrolável e secreto.
Muito secreto, ao ponto de desejar a solidão em forma de buraco,seja uma fossa,
seja num bosque húmido e bucólico.
Por vezes, desejo entrar num templo e ficar de joelhos perante os mensageiros da fé,
e pedir que algo mude ou que algo surja; seja o que for, mas que aconteça.
Estou a demasiado tempo a procura de uma espécie de paz, que roça a verdade traiçoeira de Nietzsche e a mensagem de fraternidade de Mandela...
Eis a minha escolha; simplesmente perversa e contundente.
Por vezes, procuro o sonho no despertar pois espero que a mudança seja um laivo de 
incentivo para aquilo que procuro para minha felicidade...mas afinal o que é a felicidade?
Será uma tentativa ou um facto?
Será uma luz ténue, que irá apagar no momento em que nada quero ver, ou testemunhar?
Será um reforço da minha imaginação, para que ela continue a ser a minha realidade?
E o Amor? onde estaciona este estado de espírito, que tanto confunde a responsabilidade?
Do Amor e da paixão ficam as memórias e por vezes, até essas se apagaram tal como as velas depositadas para uma promessa justa e necessária.
Por vezes, esqueço-me de tudo aquilo que me fez feliz em dado momento.melhor;
esqueci-me dos momentos de felicidade , mesmo que tenham sido os mais belos que já vivi...
Tenho tentado resistir e isso tem-me feito insensato e bruto, por vezes procurando discretamente ser um  "dandy" e em algumas situações até, de uma forma descarada.
O pêndulo que persiste em não parar, transmite a energia de uma decisão adiada, de um oportunidade estranhamente perdida na minha caminhada na vida.
Amanhã não quero lembrar-me que custa decidir ou optar, amanhã não quero assumir que a minha decadência, poderá tornar-se num destino acentuado aquela buraco que tenho vindo a evitar.
Amanhã queria acordar e sentir que vou mudar porque quero, não porque preciso.

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